Para se fazer
uma viagem rápida, sem perder as melhores atrações do lugar, é preciso escolher
bem o dia em cada cidade, mesmo que para isso seja necessário fazer um “zig zag”.
Enfim, pela sequência lógica passaria a segunda-feira em Santa Clara, mas
descobri que os museus de Che estariam fechados, então fiz antes mais um “pit
stop” em Havana.
Ao visitar a
famosa universidade de Havana, em meio a inúmeras imagens e frases de Che e
Fidel, vi mensagens convocando para a “Marcha de Las Antorchas”, além disso fui
informada que minha “conterrânea” Dilma estaria na cidade naquele dia junto com
outros líderes como os presidentes
da Venezuela, Nicolás Maduro; da Bolívia, Evo Morales e do Uruguai, José Mujica,
para reunião do CELAC (II Cumbre de la Comunidad de Estados Latinoamericanos y
Caribeños) e que provavelmente participariam da marcha.
Já era fim de dia e a
universidade estava quase vazia, assim não consegui muitos detalhes do que se tratava
a cerimônia. Resolvi então enviar um torpedo pelo celular para minha amiga e “Google
Assistant” no Brasil (meu “jeitinho
brasileiro” para usar Google de Cuba). Após uma rápida pesquisa ela
confirmou que valeria a pena remanejar mais uma vez a viagem para estar
presente neste evento histórico. E lá fui eu ...
Das escadarias da
universidade, partiu uma multidão em “clima” que lembrava um pouco as primeiras
manifestações pacíficas que estavam acontecendo no Rio meses antes da minha
viagem, com direito à música na concentração e risco de queimaduras no
percurso... Muitos jovens e adultos com tochas improvisadas com latas e cabos
de madeira.
Fotos Creuza Gravina
Fotos Creuza Gravina
O
Presidente da Federação Estudantil Universitária (FEU), Yosvani Montano,
expressou que esta é a revolução que os mais jovens continuam a defender, uma
Revolução Martiana (referência a
Martí), com todos e para o bem de todos. Yosvani completou: “Marcharemos
hoy nuevamente con el mismo fervor que los Jóvenes del Centenario, portando la
llama que simboliza la vigencia del pensamiento de Martí y la decisión de los
hijos de esta tierra de preservar las conquistas de la nación y del socialismo”.
“Que cada martiano
de corazón nos acompañe, bien en alto la llama de la libertad, a esta cita con
Martí para todos los tiempos, por Cuba y el futuro, por la unidad
latinoamericana y caribeña y el sueño posible de un mundo mejor”.
A multidão seguiu em direção ao museu
Fragua Martiana. Ao longo do caminho diferentes cartazes e imagens podiam ser
vistos, com frases de Martí , como “De América soy hijo, a ella me debo.” Em um imenso banner havia imagem de Hugo
Chávez e Fidel Castro com a frase “Amistad que nos une”.
Foto Jornal Online CMHW - La Reina Radial Del Centro
Foi um momento único estar
em Havana neste dia em que eles homenagearam os 161 anos do nascimento de José
Martí, herói nacional de Cuba. A marcha relembrou a que ocorreu na ocasião do
centenário de Martí. Conversei com alguns moradores que acham aquilo
desnecessário e preferem não participar, outros mantêm a tradição empolgados e
há ainda os mais jovens que seguem os ideais de revolução e os que fazem da
marcha uma grande festa, reunindo grupos de amigos. Independente dos ideais e
objetivos de cada um, ver a multidão unida e iluminada pela luz do fogo,
caminhando pelas ruas de Havana, me fez confirmar que a data da viagem não
poderia ter sido melhor.
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