quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Marcha de Las Antorchas - 27 de janeiro de 2014



Para se fazer uma viagem rápida, sem perder as melhores atrações do lugar, é preciso escolher bem o dia em cada cidade, mesmo que para isso seja necessário fazer um “zig zag”. Enfim, pela sequência lógica passaria a segunda-feira em Santa Clara, mas descobri que os museus de Che estariam fechados, então fiz antes mais um “pit stop” em Havana.
Ao visitar a famosa universidade de Havana, em meio a inúmeras imagens e frases de Che e Fidel, vi mensagens convocando para a “Marcha de Las Antorchas”, além disso fui informada que minha “conterrânea” Dilma estaria na cidade naquele dia junto com outros líderes como os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; da Bolívia, Evo Morales e do Uruguai, José Mujica, para reunião do CELAC (II Cumbre de la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños) e que provavelmente participariam da marcha.
Já era fim de dia e a universidade estava quase vazia, assim não consegui muitos detalhes do que se tratava a cerimônia. Resolvi então enviar um torpedo pelo celular para minha amiga e “Google Assistant” no Brasil (meu “jeitinho brasileiro” para usar Google de Cuba). Após uma rápida pesquisa ela confirmou que valeria a pena remanejar mais uma vez a viagem para estar presente neste evento histórico. E lá fui eu ...



Das escadarias da universidade, partiu uma multidão em “clima” que lembrava um pouco as primeiras manifestações pacíficas que estavam acontecendo no Rio meses antes da minha viagem, com direito à música na concentração e risco de queimaduras no percurso... Muitos jovens e adultos com tochas improvisadas com latas e cabos de madeira. 




                                             Fotos Creuza Gravina

           O Presidente da Federação Estudantil Universitária (FEU), Yosvani Montano, expressou que esta é a revolução que os mais jovens continuam a defender, uma Revolução Martiana (referência a Martí), com todos e para o bem de todos. Yosvani completou: “Marcharemos hoy nuevamente con el mismo fervor que los Jóvenes del Centenario, portando la llama que simboliza la vigencia del pensamiento de Martí y la decisión de los hijos de esta tierra de preservar las conquistas de la nación y del socialismo”. “Que cada martiano de corazón nos acompañe, bien en alto la llama de la libertad, a esta cita con Martí para todos los tiempos, por Cuba y el futuro, por la unidad latinoamericana y caribeña y el sueño posible de un mundo mejor”.
 A multidão seguiu em direção ao museu Fragua Martiana. Ao longo do caminho diferentes cartazes e imagens podiam ser vistos, com frases de Martí , como “De América soy hijo, a ella me debo.”  Em um imenso banner havia imagem de Hugo Chávez e Fidel Castro com a frase “Amistad que nos une”.



Foto Jornal Online CMHW - La Reina Radial Del Centro


Foi um momento único estar em Havana neste dia em que eles homenagearam os 161 anos do nascimento de José Martí, herói nacional de Cuba. A marcha relembrou a que ocorreu na ocasião do centenário de Martí. Conversei com alguns moradores que acham aquilo desnecessário e preferem não participar, outros mantêm a tradição empolgados e há ainda os mais jovens que seguem os ideais de revolução e os que fazem da marcha uma grande festa, reunindo grupos de amigos. Independente dos ideais e objetivos de cada um, ver a multidão unida e iluminada pela luz do fogo, caminhando pelas ruas de Havana, me fez confirmar que a data da viagem não poderia ter sido melhor.




Nenhum comentário:

Postar um comentário