Uma viagem que
ficará marcada na memória ...
O blog estava
um tempinho parado pois este ano predominaram viagens internas e além disso não
fazia sentido desbravar o mundo se o centro das atenções estava na nossa
cidade, com as Olimpíadas e Paralimpíadas. Com a chegada do fim do ano e milhas
a vencer, surgiu a vontade de dar continuidade à viagem pela Colômbia que teve
que ser interrompida antes do previsto em 2015. O plano era desestressar e
prosseguir com a pesquisa iniciada no ano anterior.
E lá fui eu
novamente rumo a Medellin...
Logo nos
primeiros dias, assisti ao jogo do Atlético Nacional e Cerro Porteño pela Copa
Sul-Americana no Estádio Atanásio Giradot, partida que definiria o adversário
da Chapecoense na final. Com o lugar
lotado e colorido de verde e branco (cores do Nacional) pude sentir a emoção da
torcida, vivenciar mais uma vez o amor dos colombianos pelo futebol, com a
mesma energia que presenciei durante os jogos da Copa do Mundo de 2014 e que me
motivou a conhecer o país. O jogo terminou empatado, classificando o time de
Medellin para a última fase. A festa
seguiu por toda a madrugada nos diferentes bares e ruas da cidade.
No dia
seguinte parti para Cali e em seguida para San Andres, já que o furacão havia
passado. Na cidade praiana, por falta de
opções noturnas, resolvi ir com as pessoas do hostel a um passeio de barco conhecido
como “Noche Blanca”, que de início parecia uma festa de ano novo.
No trajeto
pelo mar conheci várias pessoas do Brasil e juntos fizemos uma “festa
brasileira”, embalando os passageiros com diferentes canções do nosso país quando o DJ parou de
tocar. Ao desembarcarmos, seguimos para a
praia onde fizemos e uma espécie de luau, e foi lá, que de repente um de nossos
conterrâneos leu a notícia que abalaria totalmente nossa estadia naquele país: a queda do avião da Chapecoense.
Uma misto de
dor e incredulidade tomou conta, como podia justo naquele país que dias atrás
vivia a imensa alegria do futebol agora enfrentar uma tragédia deste porte. Nos
dias seguintes logicamente não havia outro assunto nas rodas de conversa, nos
noticiários, nas ruas. O verde e branco agora era usado para homenagens. Mudava
de cidade mas o clima era o mesmo, uma tristeza generalizada e um sentimento de
comoção generalizada. Todos sem exceção,
quando sabiam que eu era brasileira se mostravam totalmente solidários, pois
sabiam que o sentimento não era só dos familiares e colegas de profissão, mas
de toda uma nação, repercutindo em todos os cantos do mundo.
Juro que se
pudesse adivinhar não queria estar lá nessa época, a viagem acabou sendo
totalmente diferente do que eu imaginava, por mais que quisesse conhecer os
lugares a vontade imensa era de voltar, abraçar meus familiares, estar aqui no
meu país, tentar esquecer ao menos por uns momentos o que havia acontecido.
Segui contando os dias e com um vazio no peito mas voltei gostando ainda mais
desse povo irmão, que mostrou que pode se unir não somente na alegria mas
também na tristeza; essa “gente” que mesmo tendo enfrentado tanta violência no passado,
agora mostra tanto amor e respeito pelo próximo.
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