sábado, 31 de dezembro de 2016

Colômbia - O Retorno

Uma viagem que ficará marcada na memória ...

O blog estava um tempinho parado pois este ano predominaram viagens internas e além disso não fazia sentido desbravar o mundo se o centro das atenções estava na nossa cidade, com as Olimpíadas e Paralimpíadas. Com a chegada do fim do ano e milhas a vencer, surgiu a vontade de dar continuidade à viagem pela Colômbia que teve que ser interrompida antes do previsto em 2015. O plano era desestressar e prosseguir com a pesquisa iniciada no ano anterior.

E lá fui eu novamente rumo a Medellin... 



Logo nos primeiros dias, assisti ao jogo do Atlético Nacional e Cerro Porteño pela Copa Sul-Americana no Estádio Atanásio Giradot, partida que definiria o adversário da Chapecoense na final.  Com o lugar lotado e colorido de verde e branco (cores do Nacional) pude sentir a emoção da torcida, vivenciar mais uma vez o amor dos colombianos pelo futebol, com a mesma energia que presenciei durante os jogos da Copa do Mundo de 2014 e que me motivou a conhecer o país. O jogo terminou empatado, classificando o time de Medellin para a última fase.  A festa seguiu por toda a madrugada nos diferentes bares e ruas da cidade.





No dia seguinte parti para Cali e em seguida para San Andres, já que o furacão havia passado.  Na cidade praiana, por falta de opções noturnas, resolvi ir com as pessoas do hostel a um passeio de barco conhecido como “Noche Blanca”, que de início parecia uma festa de ano novo.

No trajeto pelo mar conheci várias pessoas do Brasil e juntos fizemos uma “festa brasileira”, embalando os passageiros com diferentes canções do nosso país quando o DJ parou de tocar.  Ao desembarcarmos, seguimos para a praia onde fizemos e uma espécie de luau, e foi lá, que de repente um de nossos conterrâneos leu a notícia que abalaria totalmente nossa estadia naquele país:  a queda do avião da Chapecoense.

Uma misto de dor e incredulidade tomou conta, como podia justo naquele país que dias atrás vivia a imensa alegria do futebol agora enfrentar uma tragédia deste porte. Nos dias seguintes logicamente não havia outro assunto nas rodas de conversa, nos noticiários, nas ruas. O verde e branco agora era usado para homenagens. Mudava de cidade mas o clima era o mesmo, uma tristeza generalizada e um sentimento de comoção generalizada.  Todos sem exceção, quando sabiam que eu era brasileira se mostravam totalmente solidários, pois sabiam que o sentimento não era só dos familiares e colegas de profissão, mas de toda uma nação, repercutindo em todos os cantos do mundo.

Juro que se pudesse adivinhar não queria estar lá nessa época, a viagem acabou sendo totalmente diferente do que eu imaginava, por mais que quisesse conhecer os lugares a vontade imensa era de voltar, abraçar meus familiares, estar aqui no meu país, tentar esquecer ao menos por uns momentos o que havia acontecido. Segui contando os dias e com um vazio no peito mas voltei gostando ainda mais desse povo irmão, que mostrou que pode se unir não somente na alegria mas também na tristeza; essa “gente” que mesmo tendo enfrentado tanta violência no passado, agora mostra tanto amor e respeito pelo próximo. 

              Já havia amado Medellin da primeira vez e agora posso dizer que  aquela cidade  subiu ainda mais no meu conceito, voltaria mil vezes se fosse possível.







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