sábado, 31 de outubro de 2015

Meu dia de Deusa Egípcia


                Pense em um lugar onde predominam brasileiros e no qual o idioma que mais se escuta é o “Portunhol”. Uma cena típica é você pedir para alguém “sacar una foto”, e este, depois da gentileza, falar com seu companheiro(a) em Português, daí você percebe que “gastou” seu Espanhol à toa...
               Acho que está bem fácil, não é? De qualquer forma, para não perder o hábito, lembre do futebol (lá vem a rivalidade...) e daquela musiquinha irritante que dominou o Brasil em 2014... Ok, não precisa recordar a letra, na época da Copa criei uma versão mais interessante que você poderá escutar ao final desta postagem (e começar a decorar para as Olimpíadas...).                                                 
Claro que como brasileira não poderia deixar as provocações passarem sem resposta, mas tenho que confessar que depois de Pernambuco a Argentina é meu segundo vício. Já assisti à partida no Maracanã entre Boca Juniors e Fluminense e, apesar do Fred, fiquei ao lado dos hermanos.

Em 2007, depois de tocar na abertura dos Jogos Panamericanos, fui assistente da equipe argentina no Parapan e "dublê" dos atletas durante os ensaios da cerimônia. Na abertura oficial, entrei junto com os técnicos da azul e branca.



Agora vocês devem estar se perguntando: "O que o título da postagem tem a ver com a Argentina?!?"....  Bem, deixa eu explicar:

 Minhas viagens nunca são monótonas e sempre têm um acontecimento marcante para “ficar na história”, tanto que ao retornar ao escritório todos perguntavam qual havia sido a "ocorrência" da vez. 

 Para variar, em mais uma ida à Argentina, no meu último dia de viagem, fui passear em uma feira de artesanato. De repente teve início um vendaval inesperado e em segundos uma enorme escada de ferro caiu sobre mim. Senti a forte pancada na cabeça e fui ao chão. Logo estava rodeada de pessoas falando e tentando ajudar. Fiz menção de me levantar, mas uma senhora disse para eu não me mexer até a ambulância chegar. Ela perguntou contato de familiares e informei que estavam todos no Brasil. Em seguida, telefonou para o hospital e começou a falar “uma garota com traumatismo craniano…” levei um susto, afinal não estava tão mal assim. Perguntei como ela havia identificado isso, mas logo a mesma me acalmou explicando que se não falasse desta forma a ambulância não viria (qualquer semelhança com outro país…). Os feirantes perceberam que mesmo assim a ambulância pública iria demorar, então decidiram chamar a do seguro, mas para isso eu deveria esperar dentro do estabelecimento. 
Como a recomendação era eu não me movimentar, imediatamente me puseram numa cadeira e me carregaram no alto, "sobrevoando" toda a praça, me sentindo uma verdadeira Deusa Egípcia, embora com a cabeça dolorida,  algo como a Ivete Sangalo em Salvador:



                                                  Foto Globo.com

               Cerca de meia hora depois, o médico chegou, examinou e disse que não havia nada grave, recomendando apenas alguns exames adicionais na volta ao Brasil (que seria no dia seguinte).
               Quando fui liberada, voltei andando pela praça e aí tive meus minutos de “celebridade e atendimento "vip” rs. Os feirantes\artesãos me paravam “Oi, você é a menina que foi carregada na cadeira!”, “Você é a menina da escada”…

             Antes de sair, resolvi comprar uma última “bufanda”(cachecol) de lembrança, então consegui desconto de um terço da peça por causa da escada... é, tudo tem seu lado positivo… :)

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