Pense em um lugar onde predominam
brasileiros e no qual o idioma que mais se escuta é o “Portunhol”. Uma cena
típica é você pedir para alguém “sacar una foto”, e este, depois da gentileza,
falar com seu companheiro(a) em Português, daí você percebe que “gastou” seu
Espanhol à toa...
Acho que está bem fácil, não é?
De qualquer forma, para não perder o hábito, lembre do futebol (lá vem a
rivalidade...) e daquela musiquinha irritante que dominou o Brasil em 2014...
Ok, não precisa recordar a letra, na época da Copa criei uma versão mais
interessante que você poderá escutar ao final desta postagem (e começar a decorar para as Olimpíadas...).
Claro que como brasileira não poderia
deixar as provocações passarem sem resposta, mas tenho que confessar que depois
de Pernambuco a Argentina é meu segundo vício. Já assisti à partida no Maracanã
entre Boca Juniors e Fluminense e, apesar do Fred, fiquei ao lado dos hermanos.
Em 2007, depois de tocar na abertura
dos Jogos Panamericanos, fui assistente da equipe argentina no Parapan e
"dublê" dos atletas durante os ensaios da cerimônia. Na abertura
oficial, entrei junto com os técnicos da azul e branca.
Agora
vocês devem estar se perguntando: "O que o título da postagem tem a ver
com a Argentina?!?".... Bem, deixa eu explicar:
Minhas viagens nunca são monótonas e sempre
têm um acontecimento marcante para “ficar na história”, tanto que ao retornar
ao escritório todos perguntavam qual havia sido a "ocorrência" da vez.
Para variar, em mais uma ida à Argentina, no
meu último dia de viagem, fui passear em uma feira de artesanato. De repente
teve início um vendaval inesperado e em segundos uma enorme escada de ferro
caiu sobre mim. Senti a forte pancada na cabeça e fui ao chão. Logo estava
rodeada de pessoas falando e tentando ajudar. Fiz menção de me levantar, mas
uma senhora disse para eu não me mexer até a ambulância chegar. Ela perguntou
contato de familiares e informei que estavam todos no Brasil. Em seguida,
telefonou para o hospital e começou a falar “uma garota com traumatismo
craniano…” levei um susto, afinal não estava tão mal assim. Perguntei como ela
havia identificado isso, mas logo a mesma me acalmou explicando que se não
falasse desta forma a ambulância não viria (qualquer semelhança com outro país…).
Os feirantes perceberam que mesmo assim a ambulância pública iria demorar, então decidiram chamar a do seguro, mas para isso eu deveria esperar dentro do
estabelecimento.
Como a
recomendação era eu não me movimentar, imediatamente me puseram numa cadeira e
me carregaram no alto, "sobrevoando" toda a praça, me sentindo uma
verdadeira Deusa Egípcia, embora com a cabeça dolorida, algo como a Ivete Sangalo em Salvador:
Cerca de meia hora
depois, o médico chegou, examinou e disse que não havia nada grave, recomendando apenas alguns exames adicionais na volta ao Brasil (que seria no dia seguinte).
Quando fui liberada, voltei andando pela praça e aí tive meus minutos de “celebridade e atendimento "vip” rs. Os feirantes\artesãos me paravam “Oi, você é a
menina que foi carregada na cadeira!”, “Você é a menina da escada”…
Antes de sair, resolvi comprar uma última “bufanda”(cachecol) de lembrança, então consegui desconto de um terço da peça por causa da escada... é, tudo tem seu lado positivo… :)
A fama do meu
“vício” pela Argentina se espalhava pela empresa e nos cursos, tendo ido a
passeio e por trabalho, assim sempre era apontada como referência quando alguém
precisava de dicas. Então, para facilitar a vida dos próximos viajantes, aqui
vão algumas delas.
Nesse
post vou me concentrar na capital, que é a mais procurada, embora prefira
outras cidades.
O que ver por lá:
Calle Florida – tradicional peatonal (rua de pedestres) de Buenos
Aires, conta com inúmeras lojas abertas até a noite. Nela é possível ver a todo
momento artistas de rua, como músicos, dançarinos de tango e comediantes .
Quando o comércio convencional fecha, diversos artesões expõem seus trabalhos
ao longo da rua.
Shopping Galerias Pacífico – localizado na Calle Florida. Mesmo que
não pretenda fazer compras, até porque os preços não são convidativos, vale
conferir a bela arquitetura e as pinturas no teto.
Calle Lavalle – transversal à Florida, conta com mais lojas e
restaurantes.
Santelmo - O bairro de Santelmo é um bairro alternativo, com galerias de arte,
artistas de rua, bares interessantes e domingo tem a feirinha imperdível.
Feira de Santelmo - maior
feira de rua da capital argentina, semelhante à Feira do Lavradio no Rio de
Janeiro. A feira ocorre todos os domingos. Ao anoitecer as pessoas se
concentram na Praça Dorrego para dançar tango e milonga. Após as músicas
tradicionais a festa segue com roda de percussão, quando outros músicos começam
a chegar.
Domingo en San Telmo 19 - Carnaval en La Plaza Dorrego
Paseo La Plaza (Av.Corrientes Av. Corrientes 1660 com entrada pela Av.Callao também) – galeria
com teatro, restaurantes e pequenas lojas interessantes. Lugar bom para jantar
ou lanchar no fim da tarde.
Caminito – bem turístico, mas que vale a pena conhecer, famoso
pelas casinhas coloridas. Não ir à noite
pois ao escurecer a região se torna mais perigosa.
Estádio do Boca Juniors – fica ao lado do Caminito e é aberto à
visitação.
Estádio do River Plate – esse estádio fica um pouco mais distante do
centro da cidade e costuma abrigar eventos musicais como o Quilmes Rock.
Recoleta - bairro de nível mais alto, que conta com um cemitério (que eu nunca quis
visitar mas que muitas pessoas procuram em virtude de Evita Perón). Ao lado ocorre
uma feira nos finais de semana. A região conta com diversos pubs, e discotecas
para turistas, com muita "música brasileira moderna", tipo axé de
Porto Seguro de 10 anos atrás como "Dança da Manivela" e coisas do
gênero.
Plaza Serrano – em Palermo Soho – praça com ´vários bares e
restaurantes que ficam abertos todos os dias da semana. Aos sábados ocorre uma
feira de artesanato, com barracas nas praças e dentro dos bares (semelhante ao
Mercado Mistureba do Rio de Janeiro).
Puerto Madero – Na região do
porto encontram-se inúmeros restaurantes para diferentes gostos, como o La
Parolaccia Trattoria especializado em massas e diversos restaurantes que tem
como pratos principais as famosas “parrillas” (carnes).
Palermo Hollywood - bairro com vários bares e discotecas (são bares mais caros e maiores que
Palermo Soho, onde vão mais grupos
Abasto Shopping – maior que o Galerias Pacífico, para quem gosta de
comprar ou olhar vitrines.
Outlets – na Av. Córdoba há vários outlets. Essa avenida é bem
grande, então os mesmos ficam distantes do centro e da Florida. Considero que
só vale a pena se tiver muito tempo na cidade.
A noite mesmo em Buenos
Aires no fim de semana começa em torno de 02h da madrugada, mas depois das 04h
não entra em lugar nenhum, nem com ingresso, mesmo que o lugar feche
06h... então não estranhe se chegar 01h
e ainda estiver vazio, mas melhor chegar antes mesmo que os lugares mais
concorridos costuma ter fila e todo mundo chega na mesma hora...
Konex - Para quem curte lugares alternativos (a estrutura lembra a
Fundição Progresso no Rio de Janeiro), com diversos eventos diferentes, tendo a
segunda-feira como seu dia chave, com o grupo de percussão La Bomba de Tiempo, sempre de 19h às 22h.
Bares de Santelmo - principalmente na área entre as ruas (calles)
Chile e Defensa
Cavern Club – para quem é fã dos Beatles, apresenta shows de bandas
covers e conta com o pequeno museu da banda.
Bares da Plaza Serrano - abertos
todas as noites.
Niceto Club – Às quintas-feiras ocorre a famosa Festa Club 69,
voltada para o público GLS, mas que também atrai héteros. Sextas e sábados há
rock e música variada.